Para falar em desenvolvimento, precisamos no mínimo pensar em saneamento básico

A dengue no Rio de Janeiro já matou pelo menos 95 pessoas. Estes números são estarrecedores e o pior, é que apesar da verdadeira campanha de guerra montada pelo governo federal, a epidemia ainda não dá sinais de trégua. Em São Luís, os números começam a provocar medo de termos uma situação muito grave também. A falta de saneamento em muitos bairros da cidade, aliado ao intenso período de chuvas, cria o ambiente propício para a proliferação do mosquito transmissor da doença. As autoridades precisam tomar as medidas necessárias para evitarmos que aconteça conosco a mesma situação escabrosa que está ocorrendo no Rio de Janeiro.

A saúde pública precisa ser vista pelos governantes com a visão dos sanitaristas, que entendem como primordial a questão do saneamento básico. Claro, não podemos querer que uma população que convive com lama, água empossada, esgoto a céu aberto possa ter uma situação clínica saudável. Em São Luís a situação é tão grave, que até nos bairros “nobres” podemos ver o descaso das autoridades com a questão, basta darmos uma passada nas praias, inclusive na Avenida Litorânea, onde podemos ver a água suja escorrendo dos bueiros diretamente na areia, bem ao lado dos bares.

Chega de ouvirmos dos gestores públicos as justificativas de que a responsabilidade é sempre de outro setor. Não Nos interessa de quem é a responsabilidade imediata, o que nos interessa é que a situação efetivamente seja resolvida, afinal, a falta de infra-estrutura é um problema para toda a cadeia produtiva da cidade. Não Podemos pensar em termos uma grande força industrial, comercial, de serviços ou até mesmo turística, se não pudermos ter uma população sadia, e tivermos capacidade de receber nossos visitantes com um mínimo de segurança, garantindo a eles que não ficarão doentes ao chegar em nossa cidade. Esta questão é tão importante que no Rio de Janeiro pesquisas do setor hoteleiro já detectam uma redução de quase trinta por cento no número de visitantes à cidade. Não podemos deixar que aconteça algo assim com a nossa cidade.