Seguindo a lógica
destruidora do presidente Bolsonaro de exploração da Amazônia a qualquer custo
e sem respeitar o meio ambiente e as populações tradicionais, grandes latifundiários
estão grilando terras e ameaçando as lideranças locais no nordeste do Pará, onde
estão derrubando a mata original para plantar palma, matéria prima para a produção
do óleo de dendê.
O conflito já está sendo
reconhecido como a “guerra do dendê” e tem como vítimas, quilombolas e indígenas
que estão sendo expulsos inclusive de territórios já demarcados e que por lei
deveriam ser protegidos. Entretanto, a política do governo Bolsonaro de
sucateamento dos órgãos de proteção tem estimulado o avanço das grilagens e o acirramento
dos conflitos, chegando ao ponto de as populações ribeirinhas terem negado o seu
direito de pescar nos rios da região e até mesmo frequentar o cemitério onde
estão seus ancestrais.
Segundo denúncias das
comunidades quilombolas da região, até mesmo ribeirinhos cadastrados foram
barrados e impedidos de entrar na área por seguranças armados, desrespeitando
inclusive uma decisão judicial que garante às comunidades quilombolas e indígenas
o acesso ao local.
No acordo judicial assinado
entre a empresa e lideranças quilombolas, “as partes reconhecem que rios e
margens tratam-se de bens públicos e de uso comum, portanto, nenhuma das partes
poderá impor obstáculos ou restrições à circulação ou mesmo à prática da pesca
de subsistência”
Os órgãos responsáveis
precisam intervir rapidamente nesse conflito ou logo teremos mais uma tragédia
na região. Não é aceitável que comunidades inteiras sejam vitimadas pela ganância
de empresários inescrupulosos e o que é pior, por conta da inercia de quem
deveria protegê-los.
A grilagem dessas áreas
começou desde os anos 1980 e agora com a conivência do governo federal estão empurrando
cada vez mais a fronteira agrícola para dentro da floresta, destruindo a fauna
e flora original que são imprescindíveis para a sobrevivência das comunidades indígenas
e quilombolas.
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