terça-feira, 25 de julho de 2023

O poder do Congresso e a luta de LULA por governabilidade

 


A governabilidade está no centro da pauta do governo essa semana. Para tentar consolidar uma Base mais alinhada ao programa de governo, LULA tem agenda com o presidente da Câmara Arthur Lira para definir mais espaço para os partidos do centrão na esplanada dos Ministérios.

O problema é que o pleito de 2002 elegeu o Congresso mais conservador dos últimos anos e mesmo os partidos de viés ideológico de centro e centro direita que já ocupam pastas no governo LULA não estão votando inteiramente de acordo com a pauta governamental. Principalmente no que se refere aos temas sociais e trabalhistas, como é o caso do União Brasil que ocupa o Ministério das Comunicações e não tem entregado todos os votos da bancada.

Tentando manter o controle para continuar a comandar com mão de ferro a agenda da Câmara, agora sem o poder das emendas do orçamento secreto, o presidente Arthur Lira tenta colocar seus prepostos em cargos chave do governo e para isso articula com líderes a entrada de mais partidos do centrão no governo, seja ocupando ministérios ou estatais e autarquias federais.

O problema para LULA é que mesmo com distribuição de cargos de primeiro escalão para os partidos do centro, os presidentes das agremiações não irão garantir a totalidade dos votos em todas as matérias de interesse do governo. Eles alegam que as pautas de costumes, sociais e trabalhistas não são consenso. Acontece que quem votou para eleger LULA pressiona exatamente para que esses temas sejam tratados com viés mais a esquerda. Então, vale a pena tanto esforço para trazer esses partidos para o seio do governo?

 Na agenda oficial da mesa diretora da Cãmara puxada exatamente pelo presidente Lira não é esperada a inclusão de temas importantes para assegurar mais arrecadação para atender os programas socias prometidos em campanha por LULA.  Segundo entrevista do próprio Arthur Lira essa semana, além de não ter interesse de pautar a taxação dos super ricos, ele busca colocar na pauta outra vez a reforma administrativa, o que prejudicaria ainda mais a execução dos programas sociais e descontentamento na base popular do governo.

É compreensível a tentativa do governo de aumentar sua Base de apoio no Congresso, a questão é: mesmo depois de entregar os cargos para o centrão dificilmente LULA terá o apoio necessário para implementar com segurança o plano de governo prometido na campanha de 2022. É esperar para confirmar e torcer para que LULA consiga desfazer esse imbróglio e assim entregar ao povo o governo que prometeu.

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