A governabilidade
está no centro da pauta do governo essa semana. Para tentar consolidar uma Base
mais alinhada ao programa de governo, LULA tem agenda com o presidente da
Câmara Arthur Lira para definir mais espaço para os partidos do centrão na
esplanada dos Ministérios.
O problema é
que o pleito de 2002 elegeu o Congresso mais conservador dos últimos anos e
mesmo os partidos de viés ideológico de centro e centro direita que já ocupam pastas
no governo LULA não estão votando inteiramente de acordo com a pauta
governamental. Principalmente no que se refere aos temas sociais e trabalhistas,
como é o caso do União Brasil que ocupa o Ministério das Comunicações e não tem
entregado todos os votos da bancada.
Tentando manter
o controle para continuar a comandar com mão de ferro a agenda da Câmara, agora
sem o poder das emendas do orçamento secreto, o presidente Arthur Lira tenta
colocar seus prepostos em cargos chave do governo e para isso articula com
líderes a entrada de mais partidos do centrão no governo, seja ocupando ministérios
ou estatais e autarquias federais.
O problema para
LULA é que mesmo com distribuição de cargos de primeiro escalão para os
partidos do centro, os presidentes das agremiações não irão garantir a
totalidade dos votos em todas as matérias de interesse do governo. Eles alegam
que as pautas de costumes, sociais e trabalhistas não são consenso. Acontece
que quem votou para eleger LULA pressiona exatamente para que esses temas sejam
tratados com viés mais a esquerda. Então, vale a pena tanto esforço para trazer
esses partidos para o seio do governo?
Na agenda oficial da mesa diretora da Cãmara
puxada exatamente pelo presidente Lira não é esperada a inclusão de temas
importantes para assegurar mais arrecadação para atender os programas socias
prometidos em campanha por LULA. Segundo
entrevista do próprio Arthur Lira essa semana, além de não ter interesse de
pautar a taxação dos super ricos, ele busca colocar na pauta outra vez a reforma
administrativa, o que prejudicaria ainda mais a execução dos programas sociais
e descontentamento na base popular do governo.
É compreensível
a tentativa do governo de aumentar sua Base de apoio no Congresso, a questão é:
mesmo depois de entregar os cargos para o centrão dificilmente LULA terá o
apoio necessário para implementar com segurança o plano de governo prometido na
campanha de 2022. É esperar para confirmar e torcer para que LULA consiga desfazer
esse imbróglio e assim entregar ao povo o governo que prometeu.
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