quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Odebrecht é expulsa do Equador

A mania de alguns empresários brasileiros de achar que para tudo há um jeitinho ameaça criar um grande imbróglio entre os governos do Brasil e Equador. A Odebrecht foi contratada para construir a hidrelétrica de San Francisco, localizada na província amazônica de Pastaza com uma potência instalada de 230 megawatts.

A hidrelétrica começou a funcionar em junho de 2007, mas parou suas operações no início deste ano por supostas falhas estruturais. Muitas obras financiadas com dinheiro público no Brasil já foram entregues e em menos de dois anos já apresentavam graves problemas estruturais. Aqui eles conseguem dar um jeitinho, lá não. O governo equatoriano exige que a construtora faça os reparos na obra sem qualquer ônus para o Equador. Muito grave também é que entre as acusações do governo equatoriano constam uma prática conhecida em nosso país por parte de alguns empreiteiros; o suborno às autoridades para obtenção de vantagens fiscais.

Este assunto precisa ser esclarecido. Em nova nota divulgada, a Odebrecht afirma que os problemas que resultaram na paralisação da usina decorreram de erupção do vulcão Tungurahua, e que esta possibilidade não havia sido considerada no projeto de engenharia de responsabilidade do governo equatoriana, afirmou ainda que a hidréletrica foi entregue com nove meses de antecipação e que so isso garantiu ao governo equatoriano mais de US$ 43 milhões adicionais.

O presidente equatoriano, no entanto, já ameaça inclusive não pagar o empréstimo de US$ 243 milhões contraídos no BNDES para a construção da hidrelétrica San Francisco, já que parte do dinheiro não chegou nem a entrar no Equador. Esta é uma regra bastante conhecida do BNDES pela qual o banco só financia obras de infra-estrutura no exterior se houver a exportação de bens e serviços de empresas brasileiras.

Rafael Correa acusou a Odebrecht de por duas vezes não aceitar assinar um acordo com o governo e que por conta disso só restava ao governo por em prática o “decreto de expulsão”, medidas tomadas contra a Odebrecht, que incluem o embargo dos seus bens e a intervenção em outros quatro projetos em execução pela empresa no Equador, cujo montante dos contratos somam aproximadamente US$ 650 milhões. A coisa ta feia para a empresa brasileira.

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