terça-feira, 14 de junho de 2022

Até quando veremos os defensores da Amazônia serem mortos impunimente?

 A política de sucateamento dos órgãos de vigilância e defesa da flora, fauna e dos povos das florestas promovida pelo governo Bolsonaro aliada aos ataques pessoais do presidente à demarcação das reservas já fez milhares de vítimas direta e indiretamente.

Agora nos deparamos com mais esse absurdo desaparecimento de um servidor público e um jornalista que tentavam proteger os povos originários do Vale do Javari na fronteira do Brasil com o Peru e Colômbia e denunciar as constantes invasões do território por pescadores ilegais e garimpeiros que aterrorizam a região.

Esse tipo de prática ilegal tem crescido muito desde 2019 quando começou o governo Bolsonaro, que sistematicamente vem destruindo o IBAMA, o ICMBio e a FUNAI, responsáveis pelo monitoramento e preservação dos parques e reservas ambientais em todo o país.

Bolsonaro nomeou um Ministro do meio ambiente para destruir a natureza e passar a boiada, um delegado de polícia que quer acabar com as Reservas para o cargo de presidente da FUNAI e o próprio presidente faz ataques diários a quem tenta defender o meio ambiente ou denunciar os crimes ambientais. É nesse contexto que o Brasil tem se tornado um dos lugares mais perigosos do mundo para jornalistas e ambientalistas.

Não fosse o fato de Dom Phillips ser um jornalista e estrangeiro e o servidor licenciado da FUNAI Bruno Pereira ser tão conhecido por seu trabalho na região, muito provavelmente o desaparecimento dos dois não estaria tendo a mesma repercussão. Até porque a administração Bolsonaro é avessa à investigação de crimes ambientais e denúncias de corrupção dos membros do governo.

Esperamos que a pressão pública nacional e internacional consigam forçar as autoridades a aprofundarem as investigações para encontrar os responsáveis pelo desaparecimento dos dois ambientalistas.

Para o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado do Maranhão, Sindsep/MA, o governo federal tem responsabilidade direta nesse clima de insegurança e violência que tem assolado o país.

“O desmonte dos serviços públicos promovido por Bolsonaro já vinha resultando em um verdadeiro caos para a população mais vulnerável do país que precisa do apoio e cobertura dos servidores públicos, agora, até as pessoas que denunciam esse descaso criminoso estão sendo ameaçadas e exterminadas”, disse João Carlos Martins, presidente do Sindsep/MA
 

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