terça-feira, 13 de maio de 2008

O 13 de maio precisa ser revisto. Em vez de ser comemorado, precisamos tê-lo como dia de protestos e reivindicações.

Um estudo elaborado pelo IBGE a pedido da Secretaria Especial da Igualdade Racial da Presidência da República e analisado em matéria dos jornalistas, Eduardo Scolese e Ângela Pinho, publicada na Folha on Line, mostra que a distribuição da população negra no Brasil ainda hoje está diretamente relacionada ao período da “escravidão legalmente instituída”.

O estudo toma como base os dados do Censo de 2.000, em que a maioria da população negra – autodeclarados – estão localizados próximos aos portos que mais receberam escravos como o de São Luís/MA, Salvador (BA), Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ). Este trabalho serve para mostrar também que a tão proclamada libertação dos escravos não passou de um engodo. A Inglaterra, em busca de um mercado consumidor para dar vazão a explosão de produtos a partir da revolução industrial, usou a justificativa de que a sociedade não permitia mais que seres humanos fossem tratados de forma tão degradante. Ora como falar em libertação, quando após a alforria, os ex-escravos não tinham empregos, nem lugar para morar. Vejamos da seguinte forma; Antes da abolição os negros não só serviam, como eram obrigados a fazer os mais diversos trabalhos. Depois da “libertação no dia 13 de maio” já não serviam mais a este propósito e os fazendeiros brasileiros “tiveram” que contratar os imigrantes europeus. Criando desta forma a primeira e maior leva de desempregados do país.

Foi desta forma que as periferias de nossas cidades já nasceram inchadas de negros e com a pobreza atingindo níveis inaceitáveis. E com a política de apoio aos imigrantes, o fosso ficou cada vez mais difícil de ser ultrapassado. Não podemos aceitar mais que esta fase degradante da nossa história seja difundida com o romantismo da “libertação” proclamada pela “bondade” da princesa Isabel. Este período nefasto da nossa história deixou marcas tão profundas na nossa sociedade que até hoje temos que conviver com esta desigualdade social.

Que este dia 13 de maio sirva pelo menos como reflexão, para que nós pensemos bastante em como ajudar a diminuir as desigualdades que há tanto tempo destroem os sonhos de vida digna para milhões de brasileiros. È bem verdade que o governo do presidente Lula têm elaborado uma série de programas na tentativa de diminuir estas desigualdades, mas somente ações governamentais não bastarão para que isso aconteça. A sociedade precisa estar mais ativa neste processo.

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