quinta-feira, 8 de maio de 2008

O tiro que saiu pela culatra

A estratégia da oposição no senado contra a ministra Dilma Rousseff deu errado. O senador Agripino Maia do DEM do Rio Grande do Norte, na tentativa de desqualificar o depoimento da ministra leu trechos – fora de qualquer contexto – de uma entrevista em que Dilma assume que mentiu muito nos interrogatórios sofridos durante o período em que esteve presa pela ditadura militar. Foi a deixa para a ministra deslanchar e botar quase todo o plenário da Comissão de Infra-estrutura do Senado ao seu lado. Dilma chegou a emocionar-se quando explicou que tinha 19 anos quando foi presa e torturada pelos militares e tinha que mentir durante os interrogatórios para preservar até mesmo a vida dos companheiros que ainda não haviam sido presos.

A oposição estava tão cega e com tanta vontade de queimar a possível candidata do governo à presidência em 2010, que fez esta lambança. Principalmente por conta de o próprio senador Agripino ter estado ao lado dos militares quando foi governador de seu Estado, ou seja, a oposição colocou algoz e vitima no mesmo plano, e como todos tem vergonha deste período nefasto da nossa história, acabou por favorecer a ex-guerrilheira. Com esta manobra errada da oposição, Dilma acabou por credenciar-se de vez para a candidatura a presidência em 2010. Isso é o que podemos dizer de “o tiro saiu pela culatra”.

Um comentário:

Pra Começo de Conversa disse...

A ministra Dilma usou a inabilidade da oposição a seu favor. O que a oposição tentou transformar num enterro de candidatura acabou sendo palco para demonstração de controle e determinação da ministra, que não titubeou em apresentar os seus pontos de vista de maneira forte deixando acuado que foi para o local com armas de caçador.
Ponto pra ela