quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

A idiotia e o ódio não podem ser premiados


Após uma intensa onda de protestos e manifestações de repúdio de diversos segmentos do movimento negro e a determinação judicial para suspender a nomeação de Sérgio Nascimento de Camargo para presidente da Fundação Palmares, o governo mesmo tendo recorrido da determinação do juiz Emanuel José Matias Guerra, da 18ª Vara Federal do Ceará, agora recua e suspende a nomeação de Sérgio Nascimento.

Essa é mais uma vitória dos movimentos sociais que aos poucos vêm retomando as ruas para tentar impedir as loucuras desse governo fascista e incompetente que vem desmontando toda a rede de proteção às minorias.
Nesse casso especifico, fica nítida a intenção do governo de desqualificar a política de cotas, as entidades representativas do movimento negro, a demarcação de terras quilombolas e a luta contra o preconceito. Só que o governo cometeu um erro ainda maior, subestimou a força e determinação dos movimentos sociais. A nomeação de alguém que pensa e age como Camargo é incompatível com a função do órgão e claramente prejudicaria as ações da Fundação Palmares que tem a função de certificar as comunidades quilombolas para que essas possam solicitar a titulação junto ao Incra.
Segundo Arilson Ventura, representante da Coordenação Nacional dos Quilombolas (Conaq), existem cerca de 6.000 comunidades quilombolas no Brasil, muitos com processo de certificação aberto. “Se a Palmares não realizar as certificações, as comunidades quilombolas ficam prejudicadas. Devemos evitar que esse presidente continue, porque ele não atende aos objetivos pelos quais a Palmares foi criada.", disse Arilson Ventura.  
Para o presidente do Sindsep/MA, Raimundo Pereira, a indicação de gente desqualificada para assumir importantes postos no governo é uma estratégia para colocar a população contra os serviços públicos, principalmente aqueles que tem a função de proteger a população mais vulnerável. “Essas pessoas estão sendo colocadas em postos estratégicos para desmontar a rede de proteção às minorias e sucatear os serviços públicos”, disse o presidente.
Para Raimundo esse episódio precisa servir de lição e fortalecer a mobilização dos movimentos sociais e sindical em defesa dos direitos trabalhistas. “Vamos seguir esse exemplo e ocupar as ruas e praças do país para impedir que o governo Bolsonaro acabe de vez com os direitos dos trabalhadores e da sociedade em ter serviços públicos de qualidade”, afirmou ele.


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