Após
uma intensa onda de protestos e manifestações de repúdio de diversos segmentos
do movimento negro e a determinação judicial para suspender a nomeação de
Sérgio Nascimento de Camargo para presidente da Fundação Palmares, o governo
mesmo tendo recorrido da determinação do juiz Emanuel José Matias Guerra, da 18ª Vara Federal do Ceará,
agora recua e suspende a nomeação de Sérgio Nascimento.
Essa
é mais uma vitória dos movimentos sociais que aos poucos vêm retomando as ruas
para tentar impedir as loucuras desse governo fascista e incompetente que vem
desmontando toda a rede de proteção às minorias.
Nesse
casso especifico, fica nítida a intenção do governo de desqualificar a política
de cotas, as entidades representativas do movimento negro, a demarcação de
terras quilombolas e a luta contra o preconceito. Só que o governo cometeu um
erro ainda maior, subestimou a força e determinação dos movimentos sociais. A
nomeação de alguém que pensa e age como Camargo é incompatível com a função do
órgão e claramente prejudicaria as ações da Fundação Palmares que tem a função
de certificar as comunidades quilombolas para que essas possam solicitar a
titulação junto ao Incra.
Segundo
Arilson Ventura, representante da Coordenação
Nacional dos Quilombolas (Conaq), existem cerca de 6.000 comunidades
quilombolas no Brasil, muitos com processo de certificação aberto. “Se a
Palmares não realizar as certificações, as comunidades quilombolas ficam
prejudicadas. Devemos evitar que esse presidente continue, porque ele não
atende aos objetivos pelos quais a Palmares foi criada.", disse Arilson Ventura.
Para
o presidente do Sindsep/MA, Raimundo Pereira, a indicação de gente
desqualificada para assumir importantes postos no governo é uma estratégia para
colocar a população contra os serviços públicos, principalmente aqueles que tem
a função de proteger a população mais vulnerável. “Essas pessoas estão sendo
colocadas em postos estratégicos para desmontar a rede de proteção às minorias
e sucatear os serviços públicos”, disse o presidente.
Para
Raimundo esse episódio precisa servir de lição e fortalecer a mobilização dos
movimentos sociais e sindical em defesa dos direitos trabalhistas. “Vamos
seguir esse exemplo e ocupar as ruas e praças do país para impedir que o
governo Bolsonaro acabe de vez com os direitos dos trabalhadores e da sociedade
em ter serviços públicos de qualidade”, afirmou ele.
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