Brasília, 7 out (EFE).- As delegações de cerca de 140 países participação a partir de terça-feira da III Conferência Global sobre Trabalho Infantil, que durante três dias debaterá em Brasília como erradicar do planeta o que a ONU classifica "de violenta exploração" das crianças.
A conferência foi organizada pelo Governo
do Brasil e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), junto com outras
agências das Nações Unidas e entidades dedicadas à defesa dos direitos humanos
e aos direitos da infância particular.
O encontro será inaugurado pela presidente
Dilma Rousseff e o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, e o primeiro dia será
dedicado ao trabalho infantil na agricultura, setor que aglutina quase 60% das
crianças trabalhadoras no mundo.
Segundo o último relatório da OIT sobre
este assunto divulgado em setembro, os números no trabalho infantil foram
reduzidos em 1/3 entre 2000 e 2012, mas ainda 168 milhões de menores em todo o
planeta são obrigados a trabalhar.
Isso representa 11% da população mundial
infantil, que na metade dos casos desempenha tarefas perigosas, que põem em
risco a saúde, segurança e moralidade, de acordo com a OIT.
O relatório indicou que as crianças de 5 a
11 anos representam 44% dos menores trabalhadores e são o coletivo "mais
vulnerável aos abusos e cuja educação corre mais perigo".
A região Ásia-Pacífico continua sendo o
lugar do planeta onde as crianças são mais exploradas, concentrando 78 milhões
menores trabalhadores.
Na América Latina, a OIT constatou que há
12,5 milhões de crianças que trabalham, sobretudo no setor da agricultura, que
centrará os primeiros debates da conferência.
Na quarta-feira, à margem da continuação
da discussão, a OIT também organizará uma sessão de perguntas e respostas
através do Twitter, na qual especialistas desse organismo dialogarão com quem
mostre interesse no assunto.
As perguntas deverão ser enviadas ao
endereço @ILONews no Twitter com a hashtag #NOchildlabour, poderão ser feitas
em inglês, francês ou espanhol, e serão respondidas no idioma correspondente.
Na quinta-feira, antes do encerramento do
evento, haverá uma sessão plenária na qual discursarão ministros e autoridades
de diversos Governos, após a qual será divulgada a Carta de Brasília, um
documento que recolherá as conclusões dos três dias de debates.
No marco da conferência, todas as agências
do sistema das Nações Unidas anunciarão a criação de um grupo especial contra o
trabalho infantil, que contará com fundos próprios para promover iniciativas
globais que contribuam para sua erradicação.
Segundo um comunicado divulgado pela ONU,
com esse fundo poderão colaborar pessoas físicas e jurídicas, Governos e
organismos de cooperação internacional, entre os quais espera-se arrecadar
neste mesmo ano um mínimo de US$ 20 milhões.
A ONU explicou que a primeira meta desse
grupo de trabalho será erradicar "as piores formas de trabalho
infantil", entre as quais estão inclusas a escravidão, a servidão, o
trabalho forçado e a exploração sexual.
Fonte:EFE
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