A Comissão
da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva e a viúva de Carlos Marighella,
Clara Charf, fizeram hoje (4) um ato na Alameda Casa Branca, na região da
Avenida Paulista, para lembrar a data do assassinato do militante, ocorrido
nessa rua há 44 anos, durante uma emboscada da polícia.
De acordo com a versão oficial, Marighella foi morto em um tiroteio
entre agentes policiais do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) de
São Paulo e membros da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização que
liderava.
De acordo com Clara Charf, o importante da homenagem é marcar uma
posição perante a história, porque muitas pessoas não sabem que Marighella foi
morto naquela rua, em 4 de novembro de 1969. “Ele veio se encontrar com os
padres [frades dominicanos que simpatizavam com a causa] porque queria que
ajudassem a tirar os perseguidos políticos do país pela fronteira. A polícia
montou todo um esquema e transformou essa rua em um horror. Ele entrou de peito
aberto como sempre, sem saber que aquilo tudo o que havia na rua era apenas um
cenário”.
Clara Charf assinalou ainda que há uma coisa nova no cenário político
brasileiro, com o surgimento de novos movimentos políticos que estão levantando
bandeiras e chamando a atenção para as injustiças da sociedade. “Ninguém pode
ficar de braços cruzados achando que vivemos em uma democracia e que está tudo
no bem-bom. Não é nada disso, existe um regime, claro que comparando hoje com a
democracia que nós conquistamos com o que era no passado, está muito diferente,
mas as bandeiras continuam de pé, apesar de se ter conquistado muito”.
O presidente da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva,
Adriano Diogo, ressaltou que Marighella foi um grande vulto da história que
pode ser comparado a personalidades da humanidade que influenciaram a
sociedade. “No Brasil, se Marighella não tivesse sido morto, teria a
importância de diversos personagens que foram marco na história da civilização
e organização dos povos”.
Para Adriano Diogo, atos como o de hoje tinham que ter mais mais
participação. “Todos os jovens que se beneficiaram da luta pela democracia
deviam reconhecer a biografia de Marighella. Nós fizemos um ato singelo em
frente a um monumento quase abandonado e quais desses jovens vultos que
sucederam Marighella estava aqui hoje? Nenhum. Nem municipal, estadual ou
federal”.
Membro do Comitê Paulista pela Verdade e Justiça e do Fórum de Ex-Presos
Políticos e Perseguidos do Estado de São Paulo, Clóvis de Castro destacou que a
homenagem ao militante é justa porque é importante lembrar sempre das pessoas
que lutaram pela democracia. “Nesta data e neste local, onde há 44 anos
Marighella foi assassinado, nós homenageamos todos os combatentes que
participaram da luta contra a ditadura militar”.
Gregório Gomes da Silva, filho de Virgílio Gomes da Silva, desaparecido
durante a ditadura, disse que o dia 4 de novembro está se tornando um marco nas
homenagens à resistência da juventude nas décadas de 60 e 70, durante a
ditadura, e à retomada da democracia do Brasil. “No contexto em que está a
sociedade atualmente, esta data também se torna um marco de reencontro e
reforço dos compromissos que eles firmaram no passado e nós reassumimos agora”.
Laura Petit da Silva, irmã de três desaparecidos, e representante da
Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, disse que
homenagens como a feita hoje servem para manter viva a memória de pessoas
consideradas heróis na luta pela democracia. “Não só [preservar] a memória, mas
buscar a verdade e a justiça. Marighella serve como exemplo para as novas
gerações, para que esses fatos nunca mais ocorram”.Gregório Gomes da Silva,
filho de Virgílio Gomes da Silva, desaparecido durante a ditadura, disse que o
dia 4 de novembro está se tornando um marco nas homenagens à resistência da
juventude nas décadas de 60 e 70, durante a ditadura, e à retomada da
democracia do Brasil. “No contexto em que está a sociedade atualmente, esta
data também se torna um marco de reencontro e reforço dos compromissos que eles
firmaram no passado e nós reassumimos agora”.
Gregório Gomes da Silva, filho de Virgílio Gomes da Silva, desaparecido
durante a ditadura, disse que o dia 4 de novembro está se tornando um marco nas
homenagens à resistência da juventude nas décadas de 60 e 70, durante a
ditadura, e à retomada da democracia do Brasil. “No contexto em que está a
sociedade atualmente, esta data também se torna um marco de reencontro e
reforço dos compromissos que eles firmaram no passado e nós reassumimos agora”.
Laura Petit da Silva, irmã de três desaparecidos, e representante da
Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, disse que
homenagens como a feita hoje servem para manter viva a memória de pessoas
consideradas heróis na luta pela democracia. “Não só [preservar] a memória, mas
buscar a verdade e a justiça. Marighella serve como exemplo para as novas
gerações, para que esses fatos nunca mais ocorram”.
(Agência Brasil)
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